HISTÓRICO DA REDE PUXIRÃO

A emergência de identidades coletivas no Brasil nas últimas décadas tem revelado a existência de diversos grupos étnicos, organizados em movimentos sociais, que buscam garantir e reivindicar direitos, que sempre lhes foram negados pelo Estado. Desta forma, compreendem-se sem exaustão os motivos para o qual um país tão diverso em sua composição étnica, racial e cultural, a persistência de conflitos oriundos de distintas visões de mundo e modos de vida, que desencadeiam desde o período colonial, lutas pela afirmação das identidades coletivas, territorialidades especificas e reconhecimento dos direitos étnicos.



Na região Sul, especialmente no Paraná e Santa Catarina, a invisibilidade social é uma das principais características dos povos e comunidades tradicionais. Até pouco tempo atrás, a inexistência de estatísticas e censos oficiais fez com que estes grupos elaborassem seus levantamentos preliminares numa tentativa de afirmarem sua existência coletiva em meio a tensões, disputas e pressões que ameaçam seus diretos étnicos e coletivos garantidos pela Constituição Federal de 1988 e, diversos outros dispositivos jurídicos infraconstitucionais[1].



Destas demandas surge, na região Sul, a Rede Puxirão dos Povos e Comunidades Tradicionais, fruto do 1º Encontro Regional dos Povos e Comunidades Tradicionais, ocorrido no final do mês de Maio de 2008, em Guarapuava, interior do Paraná. Neste espaço de articulação, distintos grupos étnicos, a saber: xetá, guaranis, kaingangs, faxinalenses, quilombolas,benzedores e benzedeiras, pescadores artesanais, caiçaras, cipozeiras, religiosos de matriz africana e ilhéus; tais segmentos se articulam na esfera regional fornecendo condições políticas capazes de mudar as posições socialmente construídas neste campo de poder. Ademais, a conjuntura política nacional corrobora com essas mobilizações étnicas, abrindo possibilidades de vazão para as lutas sociais contingenciadas há pelo menos 3 séculos, somente no Sul do País.



quinta-feira, 15 de abril de 2010

Lygia Pupatto se reune com movimentos sociais


Na manhã de ontem, 14, membros da Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais, Rede Regional de Agroecologia e movimentos sociais do Campo estiveram reunidos na casa de formação Recanto da Paz, em Guarapuava. O encontro contou com a presensa de Lygia Pupatto, ex-reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e ex-secretária estadual de Ciência e Tecnologia. Durante a ocasião, Lygia aproveitou para parabenizar a organização e a articulação que têm sido desenvolvidas pelos movimentos sociais.
O tema principal da conversa foi as possibilidades de novas conjunturas políticas a partir das eleições estaduais e federais que acontecem em outubro. A ex-secretária frizou a importância das articulações sociais dentro do processo eleitoral. "É preciso que os movimentos sociais estejam articulados em uma rede cada vez maior para apresentarem propostas e exigirem compromissos dos candidatos", afirmou.
Com relação as atuais administrações, Lygia salientou o diálogo promovido pelo governo do Paraná com os movimentos sociais e fez uma análise dos movimentos nestes quase oito anos de governo Lula.
Outro ponto abordado foi a transformação do programa Universidade Sem Fronteiras em lei estadual, que hoje está em tramite na Assembleia Legislativa.

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