HISTÓRICO DA REDE PUXIRÃO

A emergência de identidades coletivas no Brasil nas últimas décadas tem revelado a existência de diversos grupos étnicos, organizados em movimentos sociais, que buscam garantir e reivindicar direitos, que sempre lhes foram negados pelo Estado. Desta forma, compreendem-se sem exaustão os motivos para o qual um país tão diverso em sua composição étnica, racial e cultural, a persistência de conflitos oriundos de distintas visões de mundo e modos de vida, que desencadeiam desde o período colonial, lutas pela afirmação das identidades coletivas, territorialidades especificas e reconhecimento dos direitos étnicos.



Na região Sul, especialmente no Paraná e Santa Catarina, a invisibilidade social é uma das principais características dos povos e comunidades tradicionais. Até pouco tempo atrás, a inexistência de estatísticas e censos oficiais fez com que estes grupos elaborassem seus levantamentos preliminares numa tentativa de afirmarem sua existência coletiva em meio a tensões, disputas e pressões que ameaçam seus diretos étnicos e coletivos garantidos pela Constituição Federal de 1988 e, diversos outros dispositivos jurídicos infraconstitucionais[1].



Destas demandas surge, na região Sul, a Rede Puxirão dos Povos e Comunidades Tradicionais, fruto do 1º Encontro Regional dos Povos e Comunidades Tradicionais, ocorrido no final do mês de Maio de 2008, em Guarapuava, interior do Paraná. Neste espaço de articulação, distintos grupos étnicos, a saber: xetá, guaranis, kaingangs, faxinalenses, quilombolas,benzedores e benzedeiras, pescadores artesanais, caiçaras, cipozeiras, religiosos de matriz africana e ilhéus; tais segmentos se articulam na esfera regional fornecendo condições políticas capazes de mudar as posições socialmente construídas neste campo de poder. Ademais, a conjuntura política nacional corrobora com essas mobilizações étnicas, abrindo possibilidades de vazão para as lutas sociais contingenciadas há pelo menos 3 séculos, somente no Sul do País.



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

No ultimo dia 17, aconteceu o I Encontro Interestadual dos Cipozeiros e Cipozeiras

O I Encontro Interestadual dos Cipozeiros e Cipozeiras se realizou no dia 17 de dezembro em Garuva/SC, o evento foi organizado e coordenado pelo Movimento Interestadual dos Cipozeiros e Cipozeiras – MICI. Varias comunidades da região de Garuva e Guaratuba participaram, debatendo e manifestando questões relacionadas aos conflitos enfrentados pelos mesmos, pela resistencia em manter e preservar o modo de vida tradicional. O espaço contou com a participação do IAP, ICMBio, Emater-Guaratuba, Secretaria de Desenvolvimento Social de Garuva, UDESC, UFPR, Projeto Nova Cartografia Social, Coordenação das Comunidades Quilombolas Vale do Iguaçu – COREQUI e Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais.
CARTA FINAL

I Encontro Interestadual de Cipozeiros e Cipozeiras de Santa Catarina e do Paraná

Nós, 50 representantes das comunidades de cipozeiros e cipozeiras de Riozinho, São Joãozinho, Morro Grande - município de Guaratuba, também Mina Velha, Palmital, Três Barras - município de Garuva reunidos no I Encontro Interestadual dos Cipozeiros e Cipozeiras do Paraná e Santa Catarina no dia 17 de dezembro de 2010, em Garuva - Santa Catarina, manifestamos nossa existência coletiva, organizada em nossas comunidades por meio de grupos, associações e movimento social em distintos territórios, discutimos e encaminhamos propostas para os problemas que ora enfrentamos, representados no mapeamento social lançado pelo Movimento Interestadual dos Cipozeiros e Cipozeiras durante o encontro.

Através de depoimentos, relatos, mapas e fotos, compartilhamos as situações conflituosas e tensas às quais estamos submetidos e reafirmamos nossos direitos territoriais e de garantia, acesso e permanência em nossos territórios tradicionalmente ocupados.

Denunciamos os projetos opressores, como: agronegócios de pinus, eucalipto, banana, arroz e a grande pecuária que expulsam nossas famílias da terra, destruindo as matas nativas, a nossa cultura e a sócio biodiversidade de nossa região. Assim como, as grandes propriedades que praticam os monocultivos, afetam e muitas vezes destroem nossas comunidades, bem como, impedem nossa reprodução física e social.

Afirmamos, como cipozeiros e cipozeiras, nosso compromisso na condição de agentes da preservação ambiental, porque dependemos da perpetuação dos recursos naturais para sobrevivermos. Entretanto, nossos territórios estão sendo tomados violentamente por grileiros, fazendeiros, chacareiros e empresas de monocultivos que, movidos por interesses privados, promovem a destruição das matas das quais extraímos o cipó imbé, timbopeba/liaça, baraço, bambu, musgo verde, palha/guaricana, samambaia verde, veludo, taboa, plantas e ervas medicinais, etc.

Denunciamos a violência silenciosa provocada por agentes do estado em especial as formas de regulação e controle por meio de uma fiscalização truculenta sobre os territórios das comunidades e principalmente como essa ação impacta nas práticas tradicionais dessas famílias que vivem do extrativismo, da coleta do cipó, da pesca artesanal, do pequeno roçado, etc.

Reivindicamos aos poderes constituídos o reconhecimento de nossos direitos de reproduzirmos nossa cultura (conforme Arts. 215, 216 CF, OIT 169) e a demarcação urgente de nossos territórios, segundo o que rege a Política Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (Decreto 6040/2007) que é uma política pública, conquistada por nossas lutas ao longo das últimas décadas, mas que até o presente momento não se efetivou. Finalmente, indicamos nossas principais reivindicações encaminhadas pelo encontro:

1. Efetivar as políticas e ações já existentes nos governos municipais, estadual e federal;

2. Fazer valer os direitos dos cipozeiros e cipozeiras junto aos Ministérios Públicos Estaduais e Federal, bem como no judiciário e na Secretarias de Estado de Segurança em ambos os estados.

3. Continuar os convites a fazer reuniões com as comunidades para discutir todos os conflitos tomando decisões coletivas em assembléia.

4. Garantir o acesso dos povos aos territórios tradicionais para extração de cipó, palha, samambaia, palmito, etc.

5. Que os secretários de segurança pública de Santa Catarina e Paraná, orientem suas delegacias a registrarem Boletins de Ocorrência denunciados pelos cipozeiros e cipozeiras atuando na averiguação das ameaças e conflitos praticadas contra as comunidades de cipozeiros e cipozeiras.

6. Que os gestores públicos municipais desenvolvam a consciência da identidade de povos tradicionais dos cipozeiros e cipozeiras, promovendo políticas e ações voltadas a estes povos.

7. Que os gestores públicos competentes tenham consciência das legislações que tratam sobre os povos e comunidades tradicionais, antes de tomar qualquer medida, como prevê a OIT 169, decreto federal 6040, etc.

8. Que a partir das demandas das comunidades sejam propostas as criações de RESEX e RDS para garantia da sócio biodiversidade e do livre acesso das comunidades tradicionais aos recursos naturais.

Carta encaminhada para todas as prefeituras dos municipios participantes, conselhos gestores da APA de Guaratuba e Quiriri, Força Verde, Fatma, IAP , ICMBio, IBAMA, Polícia Ambiental de santa catarina, Defensoria Pública da Uniao, MPE e MPF.



Garuva, 17 de dezembro de 2010.

 
MOVIMENTO INTERESTADUAL DOS CIPOZEIROS E CIPOZEIRAS-MICI

PARANÁ E SANTA CATARINA

Informações:

http://redepuxirao.bolgspot.com

cipozeiras@bol.com.br









sábado, 18 de dezembro de 2010

Comunidades Tradicionais participaram do 1º Ciclo de Debates Florestais em Telêmaco Borba - "Debate a Construção do Paradigma das Florestas Sociais"

Nos dias 02 e 03 de dezembro realizou-se no Campus do IFPR em Telemaco Borba, evento organizado pelo Curso de Florestas cujo tema abordou o compromisso do ensino, pesquisa e extensão florestal na construção do paradigma denominado de Florestas Sociais. Tal pensamento de carater inclusivo e plural, abre a possibilidade de democratizarmos o conhecimento a partir do diálogo com a sociedade, uma vez que constata-se que desde de sua criação, no Brasil, a Ciencia florestal concentra-se em grande medida, orientada a atender interesses econômicos empresariais. Ainda que tenha assumido disciplinas relacionadas a conservação da natureza em sua matriz curricular, pouco tem se pronunciado a respeito de temas polêmicos como as mudanças no código florestal, a perda da biodiversidade e os impactos sociais dos monocultivos, especialmente de pinus e eucaliptus. Essa preocupação é agravada pelo reduzido contato e desconhecimento das instituições de ensino e pesquisa com camponeses, povos e comunidades tradicionais e seus conhecimentos tradicionais referidos a conservação e uso dos recursos naturais. Para a ciência florestal, especialmente no Sul do Brasil, esse tema é ignorado como se esses grupos não existissem, ou nada tivessem a contribuir com a sociedade e o ambiente. Em razão disso, estiveram presentes a Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais, com representantes indígenas, faxinalenses, quilombolas, benzedeiras, cipozeiros e representantes de demais movimentos como, agricultores ecologistas, e MST, que em suas exposições manifestaram suas situações conflituosas com o agronegócio da madeira, da soja, cana-de- açúcar e gado no Paraná, bem como apresentaram suas demandas as instituições de ensino, que para além da produção se referem a conservação dos recursos naturais e da diversidade sociocultural brasileira. Na ocasião várias instituições registraram presença e contribuíram no debate, dentre elas: IAPAR, EMBRAPA, IAP, UNICENTRO e UTFPR, essa ultimas com a presença de alunos dos cursos de engenharia florestal. Paralelamente ao evento realizamos a 1ª Mostra de Trabalhos científicos e produtos da sociobiodiversidade de povos e comunidades tradicionais do Paraná e Santa Catarina.

UFPR diploma primeira aluna indígena

A primeira aluna indígena da Universidade Federal do Paraná colou grau nesta terça-feira (14). Tenile Mendes recebeu o diploma de odontologia em solenidade no gabinete do reitor.



Em cerimônia marcada pela emoção, o reitor Zaki Akel Sobrinho concedeu o grau de cirurgiã dentista para a primeira aluna indígena da UFPR. Tenile Mendes, que na língua kaigang se chama Kring Mág, estrela grande ou estrela da manhã, "porque era muito branquinha quando nasceu", será a primeira dentista em sua aldeia.

Após fazer o juramento do dentista e receber o diploma, a nova profissional se apresentou: "Eu agora sou Tenile Mendes, kaigang, cirurgiã dentista, de Chapecó, Santa Catarina, da aldeia Pinhalzinho, e agradeço a acolhida na Universidade Federal do Paraná". Agora, a cirurgiã dentista vai voltar para a aldeia, onde pretende trabalhar para ajudar sua comunidade.

Tenile ingressou na UFPR através do programa de políticas afirmativas, aprovado em 2004 e implementado no ano seguinte. No caso das cotas para índios, a UFPR tem parceria com a Funai. São dez vagas destinadas aos povos indígenas de qualquer região do país. No discurso do paraninfo, o professor Jairo Bordini Junior, que também foi tutor de Tenile, ressaltou a validade e a importância da inclusão social. "A inclusão é um caminho que deve ser seguindo e incentivado. As dificuldades quanto ao aprendizado são as mesmas para todos os alunos, mas não podia deixar que a pressão social interferisse no avanço dentro do curso. E com esforço e dedicação, a Tenile conseguiu".

Para o representante dos povos indígenas do Sul, Rildo Mendes, a iniciativa da UFPR é "um primeiro passo para o futuro", ao preparar "profissionais índios para tabalhar nas terras indígenas". Na ocasião, o reitor recebeu de Rildo um colar confeccionado na aldeia Pinhalzinho e que simboliza o desejo de um futuro de grandes conquistas na parceria entre UFPR com os povos indígenas.


A democratização do acesso à universidade, com mais alunos de diferentes comunidades sem esquecer a excelência do ensino, da pesquisa e da extensão foi lembrada pela pró-reitora de Graduação, Maria Amélia Sabbag Zainko. "É uma satisfação colher resultados de uma política colocada em prática, de excelência acadêmica com inclusão social. Ver alunos bem formados para atuar de maneira adequada, com competência e como agentes transformadores da sociedade", diz Maria Amélia.

"A formatura de Tenile vai passar para a história da UFPR", disse o reitor Akel ao parabenizar a primeira indígena a se formar na instituição. "Tenile vai fazer a diferença, é um paradigma para todos os povos, não só os indígenas, mas para todo o povo brasileiro". Ao lembrar a gestão do reitor Carlos Moreira, que implantou as políticas afirmativas, Akel afirmou que a tarefa atual é ampliar, aprofundar e fazer avançar a inclusão social, conciliando inclusão, expansão e excelência acadêmica.
Etnia: brasileira
Tenile Mendes tem 22 anos e sempre viveu na aldeia Pinhalzinho. Saiu de Chapecó e deixou a família para estudar na UFPR. É filha de uma mistura bem brasileira. A mãe, Janete, é descendente de italianos e largou tudo para viver na aldeia quando se casou com o índio kaigang Reny. Agora, é o irmão Tales quem quer seguir os passos da irmã dentista e estudar na universidade. Assim como Tales, outros jovens índios da aldeia querem seguir o exemplo de Tenile.


Lais Murakami



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lideranças da Rede Puxirão participam do lançamento do Prêmio Culturas Indigenas Marçal Tupay em Porto Alegre

Prêmio Culturas Indígenas encerra 3ª edição e apresenta Portal interativo com conteúdo multimídia sobre Culturas Indígenas



Lançamento do portal Rede Culturas Indígenas e anúncio dos 92 selecionados em 2010 acontecem no dia 9 de dezembro, em Porto Alegre

Iniciativa do Ministério da Cultura, através da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC), o Prêmio Culturas Indígenas Marçal Tupã-y premia, nesta terceira edição, o esforço coletivo de comunidades e organizações indígenas classificadas na edição de 2007. Foram selecionadas 92 práticas culturais, localizadas em 23 estados brasileiros e representando 104 povos. Cada uma receberá prêmio de vinte mil reais.

O Prêmio Culturas Indígenas foi criado em 2006 pelo MinC a partir de proposta do Grupo de Trabalho Indígena, atual Colegiado Setorial das Culturas Indígenas. Objetiva incentivar iniciativas de fortalecimento das expressões culturais dos povos indígenas do Brasil. É destinado exclusivamente às comunidades e organizações indígenas. Com isto pretendemos estimular o protagonismo indígena na elaboração e realização dos projetos culturais.

As três edições do Prêmio Culturas Indígenas foram patrocinadas pela PETROBRAS, através da Lei Rouanet.

Esta terceira edição é realizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul) em parceria com a SID/MinC.

Entre os parceiros que ajudaram a consolidar a iniciativa conjunta do MinC e de organizações indígenas está o Serviço Social do Comércio de SP (SESC-SP), que produziu os catálogos 2006/2007.

MARÇAL TUPÃ-Y – A cada edição o Prêmio Culturas Indígenas homenageia um líder indígena reconhecido pela luta em favor dos direitos dos povos indígenas. A III Edição relembra o líder guarani Marçal Tupã-Y, assassinado em 25 de novembro de 1983 em função de sua liderança na luta pela demarcação das terras indígenas. O Prêmio Culturas Indígenas já homenageou o líder Kaingang Ângelo Cretã e o cacique Xicão Xukuru, respectivamente em 2006 e 2007.

CULTURA INDÍGENA NA REDE - O portal Rede Culturas Indígenas será um dos espaços pioneiros na Internet brasileira focado nas culturas indígenas. A partir do portal, as comunidades e organizações indígenas, além do público em geral, poderão acessar diversos conteúdos relativos às praticas culturais dos povos indígenas do Brasil e também ferramentas interativas voltadas para divulgação da produção cultural dos povos indígenas.

O acervo de todas as iniciativas que participaram das edições 2006 e 2007 do Prêmio Culturas Indígenas estarão disponibilizadas no portal. O visitante poderá consultar o conteúdo dos catálogos publicados e conhecer através de textos, mapas, fotos e quadros estatísticos as 1.167 inscrições.

Além de possibilitar o acesso ao histórico do Prêmio e aos produtos gerados por ele, o Portal Rede Culturas Indígenas será alimentado com novas produções áudio-visuais, notícias, debates, fotografias, entre outros produtos e ações sugeridos pelas comunidades e organizações indígenas e pelos parceiros indigenistas assim como universidades e apoiadores do movimento indígena.

“O portal é importantíssimo porque divulga a agenda do movimento indígena, mostra o que as comunidades estão fazendo e que há uma diversidade cultural. O não índio ainda sabe muito pouco sobre os indígenas e o portal vai ajudar a mostrar que não somos todos iguais”, diz Cretã, coordenador administrativo e de articulação da Arpin –organização articuladora da criação do portal juntamente com o Prêmio Culturas Indígenas.

MOBILIZAÇÃO - As diversas dimensões das realidades vividas pelos povos indígenas atualmente no Brasil estarão como conteúdo no portal em forma de temas como religião, músicas, canto, dança, narrativas orais, medicina e culinária tradicionais, jogos e brincadeiras, entre outros assuntos.


Para Mauricio Fonseca, coordenador do Prêmio, o portal vai ao encontro da necessidade de lideranças e organizações indígenas atuarem em conjunto e fortalecerem o movimento em torno de políticas públicas para as comunidades indígenas.

Cretã também afirma que a Internet é ferramenta indispensável nesta mobilização. “ A Internet ajuda a circular as informações sobre o movimento e as organizações indígenas estão conscientes que é um instrumento para ajudar no nosso fortalecimento”, explica.

O portal segue a mesma filosofia do Prêmio Culturas Indígenas no que se refere ao fortalecimento da identidade cultural e no incentivo ao protagonismo indígena. Um exemplo é a sessão exclusiva para que as organizações, comunidades e blogueiros insiram conteúdo no portal. Significa que os representantes de cada povo indígena poderá apresentar novos conteúdos e propor alterações ao conteúdo publicado.

“Desta forma a história e a identidade cultural de cada povo vai sendo apresentada ao mundo pelos seus protagonistas”, acrescentou Mauricio. Além de criar canais de comunicação indígenas, o portal quer fortalecer e ampliar as experiências promovidas nas aldeias com as novas tecnologias. Para 2011, o projeto pretende realizar nas cinco regiões brasileiras oficinas de construção de blogs, sites, portais indígenas e registros áudio-visuais que abordem a realidade sócio-cultural das comunidades indígenas.

“Este portal é a concretização de todo os esforço e conquista da política cultural dos povos indígenas realizada nesses oito anos de governo Lula”, declara Américo Córdula, Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.


SERVIÇO:
Anúncio da premiação dos selecionadas da terceira edição do Prêmio Culturas Indígenas e lançamento do Portal Rede Culturas Indígenas
Dia: 9 de dezembro
Hora: 19h30
Local: Auditório 09 da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (RS) . Av. Ipiranga , 6681 – Partenon. (51) 3320 3500
Endereço do Portal: www.culturasindigenas.org

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Crianças e adolescentes da Rede Puxirão discutem mudanças climáticas em encontro que acontece entre os dias 6 e 8 de dezembro no Centro Cultural de Brasília

Encontro Mudanças Climáticas: nossa vida está em jogo!

 
Enquanto acontece a Conferência do Clima em Cancun, cerca de 30 crianças e adolescentes de várias parte do Brasil se reúnem em Brasília, entre os dias 6 e 8 de dezembro, para participar do encontro “Mudanças Climáticas: nossa vida está em jogo”, realizado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). As crianças participantes são membros de comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, sem-terra, do semi-árido, das grandes cidades, Cerrado e Amazônia e têm entre 12 e 16 anos.

A intenção do encontro é manifestar a preocupação das crianças e adolescentes brasileiras para com os desafios trazidos pelas mudanças climáticas no Brasil e no mundo. Eles também vão cobrar dos parlamentares brasileiros, através de visitas ao Congresso, um verdadeiro compromisso do poder público para com estas mudanças que atingem os mais diferentes biomas, comunidades tradicionais e moradores de periferias das grandes cidades.

Nos encontros preparatórios do evento, foi sugerida uma atividade, que fazia o seguinte questionamento: “Considerando os desafios do momento presente, que palavras você escolheria para escrever na Bandeira do Brasil?”. A questão foi respondida de várias maneiras e durante o encontro em Brasília, caberá aos/as participantes escolher então algumas destas palavras e pintar em uma grande bandeira do Brasil que será levada ao Congresso Nacional. As crianças também levarão para cara um dos congressistas exemplares do jogo “Mudanças Climáticas: Nossa vida está em Jogo”.

Dinâmica do Encontro

As crianças e adolescentes que participam do encontro já tiveram reuniões preparatórias em suas comunidades e puderam conversar sobre as condições sócio-ambientais de diversos biomas e realidades do Brasil. Em Brasília, o evento será realizado no Centro Cultural de Brasília, onde as crianças devem apresentar informações sobre o seu lugar e a sua vida para as outras participantes. Haverá oportunidade para debate e assim poderão definir as prioridades e as palavras que deverão ser colocadas na bandeira do Brasil.

Depois das discussões no CCB, os participantes vão visitar o Congresso Nacional para apresentar o Jogo “Mudanças Climáticas Nossa vida está em Jogo”, além de mostrar suas propostas, reivindicações e manifestações aos Parlamentares e representantes do Governo Brasileiro e imprensa.

O jogo “Mudanças Climáticas Nossa vida está em Jogo” é uma maneira lúdica de colocar o assunto das mudanças na pauta das crianças e adolescentes. Eles aprendem e discutem sobre o assunto de forma divertida e acabam obtendo mais informações para contribuir para preservação do planeta Terra.

Participantes:

Grupo Cultural Afroreggae – Crianças e adolescentes da periferia do Rio de Janeiro; INESC – Projeto Criança e Parlamento; MST (Movimento Sem Terra) – Trabalho com os sem terrinha; CIR (Conselho Indígena de Roraima) – Escola indígena da Reserva Raposa Serra do Sol; APOINME (Articulação dos Povos Indígenas do NE, MG e ES) – Trabalho com adolescentes do povo Pitaguari; CPI (Comissão Pró-Índio de SP) – adolescentes Aldeia Guarani em São Paulo; CAA NM (Centro de Agricultura do Norte de Minas) – Adolescentes da Escola Geraizeira da Reserva Extrativista da Fazenda Tapera; MOC (Movimento de Organização Comunitária) – Adolescentes do semi-árido da Bahia, que participaram do intercâmbio das Águas em 2009; Rede Puxirão – Crianças e adolescentes de Comunidades Tradicionais (pescadores e quilombolas) do sul do Brasil; CAJU (Casa da Juventude) Goiânia; Escola Ambiental Padre Lancísio – Silvânia - Goiás

Convidados:

Carlos Dayrell: Engenheiro agrônomo, coordenador do Centro de Agricultura do Norte de Minas. Em 1975, foi ele o jovem estudante que salvou uma árvores prestes a ser derrubada em Porto Alegre. Uma grande multidão se formou na frente da Faculdade de Direito da UFRGS, em uma das principais vias da cidade, a avenida João Pessoa. Funcionários da Secretaria Municipal de Obras estavam cortando dezenas de árvores para construir o viaduto Imperatriz Leopoldina. Carlos Dayrell, sócio da Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, subiu numa Tipuana (Tipuana tipa) para impedir o trabalho das motosserras. Ela está lá até hoje. O protesto terminou na delegacia de polícia política. Foi notícia nos principais jornais do mundo. Naquela época, impedir o corte de árvores era crime contra a segurança nacional. “De minha parte, colocaria como marco inicial de um movimento ecopolítico no Brasil a a ação Carlos Dayrell”, escreveu Alfredo Sirkis no apêndice da edição brasileira do livro Rumo ao Paraíso — A história do movimento ambientalista, de John McCormick.

Bené Fonteles: Artista plástico, músico e poeta paraense radicado em Brasília. Inicia-se como artista plástico e compositor no começo da década de 70 em Fortaleza - CE, onde também se torna jornalista e editor de arte. Em 1972, inicia trabalho de animação cultural, curadoria e montagem de mostras por quase todo o país. Entre 1983 e 1986 dirigiu o Museu de Arte da Universidade Federal de Mato Grosso onde desenvolve trabalho ligado a multimídia e ecologia. Sua atuação neste estado onde passa quase toda a década de 80, resulta na criação da Associação Mato-grossense de Ecologia, do Movimento Artistas pela Natureza, do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e das campanhas em defesa do Pantanal e Pelo Respeito aos Direitos Indígenas. A sua atuação como coordenador do Movimento Artistas pela Natureza o faz viver desde 1991 em Brasília e atuar com várias ongs e instituições oficiais, nacionais e internacionais para a realização de projetos de arte e educação ambiental em defesa dos mananciais hídricos.



terça-feira, 30 de novembro de 2010

REDE PUXIRÃO participará do IV Encontro Terra e Cidadania

Nos próximos dias 30 de Novembro a 02 de Dezembro representantes da Rede Puxirão participarão do "IV Encontro Terra e Cidadania – Ação dos Movimentos Sociais e Desenvolvimento Econômico e Socioambiental", organizado pelo ITCG (Instituto de Terras, Cartografia e Geociências).
Romulo Barroso Miranda, Religioso de Matriz Africana membro do Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana (FPRMA) ministrará o Painel IV, intitulado “Ação dos Movimentos Sociais para o Desenvolvimento”, que ocorrerá no período da tarde do dia 02 de Dezembro de 2010, relatando as ações que os segmentos tradicionais que se articulam na Rede Puxirão desempenham na proposição de politicas publicas para o desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais do PR e SC.

ARPIN-SUL manifesta apoio a confirmação do Ministro Juca Ferreira frente ao Ministério da Cultura


Manifesto de apoio ao Ministro Juca Ferreira

Falar dos avanços alcançados pelo Governo Lula em especial em relação aos programas sociais para atendimento da população de baixa renda e das minorias, a exemplo dos povos indígenas, não é algo inédito, pois desde o povo que sofre há séculos nesse país passando por estudiosos e especialistas todos constatam essa nova realidade. Mas nunca é demais afirmar que é um fato histórico inédito no Brasil. Além da inclusão social dos brasileiros pobres que se encontravam marginalizados, nós povos indígenas ressaltamos a importância de lembrar um campo que é fundamental para nossa existência como povos, a cultura. Temos motivos para declarar que pela primeira vez na história do Brasil se definiu políticas públicas voltadas para a valorização e revitalização do patrimônio cultural de nossos povos, e vale ressaltar com a participação dos principais interessados, os indígenas, respeitando os direitos assegurados nas leis. Antes da administração do ministro Gilberto Gil e em continuidade do ministro Juca Ferreira, além do Ministério da Cultura ser algo completamente alheio a realidade das culturas populares e das culturas indígenas, nós indígenas éramos ignorados como um segmento essencial na construção da identidade e da diversidade do país.
Tudo começou quando logo no início do Governo fomos chamados a participar em 2004 do Fórum Cultural Mundial, saindo daí um documento que menos de um ano depois resultou na criação do Grupo de Trabalho para as Culturas Indígenas. O trabalho deste GT dentro da Secretaria de Identidade e Diversidade, sempre escutando os representes indígenas, deu origem a um conjunto de ações voltadas para a valorização das culturas indígenas, entendendo que esta não se constitui apenas no que se convencionou na mídia e na sociedade brasileira ao jargão de “manifestações culturais dos índios” e sim compreendendo que a cultura indígena é formada por todos os elementos essenciais ao exercício diário da vida e da identidade dos povos, e que passa também pelos significados atribuídos pelos povos nas relações com a modernidade e com a sociedade brasileira. Nesse amplo campo são conhecidos os trabalhos oriundos dos prêmios culturas indígenas, os pontos de culturas, e os projetos aprovados pelo FNC; além das diretrizes voltadas para a valorização dos saberes tradicionais, a memória, as línguas e os fazeres da cultura material, que tem como documento oficial o Plano Setorial para as Culturas Indígenas que compõe o Plano Nacional de Cultura.
Entre os méritos do Ministério da Cultura, importantes e inéditos estão: 1) Provar para os demais Órgãos do Governo que é possível planejar políticas públicas com a plena participação dos representantes indígenas, valorizando de fato o protagonismo indígena, como exemplo a criação do Colegiado de Cultura Indígena e a participação no Conselho Nacional de Cultura 2) Mostrar que a ações da cultura é uma forma eficaz e criativa de se fazer políticas sociais 3) Que é possível estabelecer políticas de incentivo para os povos indígenas de forma desburocratizada, respeitando suas formas de organização próprias como fala a Constituição Federal, mas que nenhum outro órgão até hoje faz.
Diante dessas constatações que refletem também o diálogo estabelecido entre os indígenas e o Minc nos últimos anos, que resultou em claros avanços nas políticas voltadas para o respeito, visibilidade e incentivo a revitalização das culturas indígenas, levamos ao conhecimento da presidente eleita Dilma Roussef o pedido e a posição de nossa organização favorável a confirmação do Ministro Juca Ferreira frente ao Ministério da Cultura, entendendo que o mesmo representa os anseios dos povos indígenas na consolidação e desenvolvimento das ações para que nosso patrimônio cultural e nossos povos alcancem o respeito que merecem na sociedade brasileira.

Curitiba, 23 de novembro de 2010

ARPINSUL

Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul
Av.: Luiz Xavier, 68 – Edifício Galeria Tijucas 11º andar Sala 1121
CEP: 80020-020 – Centro – Curitiba – PR
Fone: (41) 3092-4097.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Carta Final 2º Encontro de Agroecologistas

Nós agroecologistas, reunidos e reunidas no município da Lapa – PR Assentamento Contestado, durante os dias 12 e 13 de novembro de 2010 na Escola Latina Americana de Agroecologia – ELAA participantes do II encontro dos agroecologistas com o tema “Manifestando Nossa existência, Organizando a Resistência e Produzindo Soberania”.

Tivemos como início do nosso encontro a mística de abertura acolhendo calorosamente os 400 participantes vindos dos municípios de Pitanga, Santa Maria D´Oeste, Palmital, Laranjal, Boa Ventura de São Roque, Turvo, Guarapuava, Inácio Martins, Candói, Pinhão, Prudentópolis, Guamiranga, Irati, Fernades Pinheiro, Teixeira Soares, Rio Azul, Mallet, Castro, Reserva, Tibagi, Ponta Grossa, Lapa, Palmeira, São João do Triunfo, São Mateus do Sul e Francisco Beltrão, também contamos com a presença dos educandos e educandas da ELAA vindos do Haiti, Equador, Argentina e Colômbia.

Também fomos acolhidos e acolhidas pela ELAA juntamente com companheiros e companheiras do Assentamento Contestado.

Dado início as atividades, destacado a importância do encontro dos ecologistas, no sentido de fortalecer e ampliar as estratégias de combate à invisibilidade social dos agroecologistas através da proposição de espaços permanentes de articulação política local, regional e estadual, bem como espaços de socialização das experiências práticas e culturais, a fim de potencializar a organização do movimento agroecológico paranaense, sendo este importante espaço de fortalecimento das intenções propostas.

Participamos do momento das oficinas temáticas que discutiram: mudas agroecológicas, horta Mandala, artesanato de bambu; carneiro hidráulico; refrigerante caseiro; homeopatia; cores da terra; irrigação alternativa; segurança alimentar e programas para os agricultores (as); monitoramento de contaminação de milho crioulo por transgênicos, permacultura e biofossa criação de suínos ao ar livre e canteiro elevado. Nestas pudemos compartilhar nossos conhecimentos levando pra casa ainda mais bagagem para colocar em prática a continuidade da agroecologia.

Os debates temáticos: Direitos coletivos dos agroecologistas, agroecologia e soberania alimentar foram decisivos para discutir propostas de articulação nas ações da agroecologia.

Dentre estas enfatizamos repúdio ao uso dos agrotóxicos causando danos irreparáveis à vida e a toda biodiversidade, inclusive utilizado pulverização aérea deixando nossa gente envenenada. A dominação por parte das empresas transnacionais sobre as sementes crioulas transformando-as em mercadoria. Trazemos a público nossa preocupação no controle e monopólio das sementes crioulas que são o patrimônio e a soberania dos povos, estas estão ameaçados pela contaminação de transgênicos, assim como a falta de identificação das lavouras que são modificadas geneticamente e acabam contaminando as nossas sementes crioulas.


Denunciamos o abuso por parte dos latifundiários, os quais deixam os agroecologistas impedidos de exercer seus direitos de escolha do que e como produzir, se utilizando do poder econômico para violar tais direitos aumentando ainda mais as desigualdades no campo.
O pouco envolvimento por parte do poder público na elaboração e consolidação de políticas públicas que possam fortalecer a agroecologia. Ficando claro que há um tratamento diferenciado dado pelo Estado junto aos grandes proprietários e aos agroecologistas onde os últimos recebem bem menos recursos.

No período noturno do dia 12 participamos da noite cultural onde todos os presentes puderam além de apenas apreciar, também trazer suas poesias e músicas, demonstrando a riqueza cultural dessas regiões.

Neste último dia do encontro à mística trouxe o fogo para queimar as injustiças cometidas pelas empresas transnacionais contra a agroecologia, empresas que impõe através das diversas formas de comunicação, principalmente a mídia televisiva, ou até mesmo de forma silenciosa, através de práticas ligadas ao sistema educacional, nas escolas, universidades bem como demais cursos e pesquisas que são muitas vezes, financiadas pelos mesmos grupos econômicos que praticam estas atrocidades contra a agroecologia.

Posteriormente, foi tratado sobre a apresentação dos resultados do mapeamento social dos agroecologistas do Estado do Paraná, realizado em 24 municípios, com objetivo de dar visibilidade às práticas agroecológicas existentes, questionando os dados oficiais divulgados de forma simplista e generalizada.

Entendemos que a agroecologia se manifesta de inúmeras formas, sejam culturais, econômicas e políticas. Que tornar visível estas expressões, demandas, experiências, limites e possibilidades é de fundamental importância, visto o enfrentamento cada vez mais acirrado contra o agronegócio e seus interesses. Nesse sentido, as informações levantadas podem se tornar ferramenta de avanço na organização da agroecologia, na luta por direitos, na proposição de políticas públicas a serem desenvolvidas pelo Estado em favor dos interesses dos agroecologistas no sentido de fortalecer a identidade de classe da agroecologia, e principalmente, de resistência camponesa.

A partir dos debates realizados nas oficinas e seminários temáticos, bem como das demais discussões em plenária, retomamos os pontos de encaminhamentos que consideramos importantes serem firmados coletivamente, como fruto deste encontro. Realizar oficinas de direitos dos agroecologistas nos municípios; a divulgação do tratado da FAO em que trata dos direitos ás praticas e aos agroecologistas, bem como do Programa Nacional de Agro biodiversidade; realizar amplos intercâmbios de sementes no sentido de disseminar e empoderar os agroecologistas no controle das sementes; a agroecologia deve reforçar a discussão sobre a saúde pública, pois ela é determinada pelos alimentos que consumimos e formas como tratamos a Terra, continuar uma articulação consistente em torno das dinâmicas que vem ocorrendo nas regiões, pressionar o poder publico no sentido de elaborar e efetivar as políticas públicas para os agroecologistas tendo em vista o fortalecimento dos programas governamentais já existentes como PAA e PNAE tornando-se de fato uma política pública, as pesquisas nas Universidades para o desenvolvimento de tecnologias devem ser condizentes com a prática agroecológica e a viabilidade da produção nas pequenas propriedades.

Por fim, para simbolizar a continuidade dessa luta levamos as sementes e estes compromissos para nossos lugares, e com este encontro deixamos claro que a manifestação de nossa existência fortalece nossa resistência e contribuiu na produção da soberania de todos os povos.

Lapa - PR, 13 de novembro de 2010.




quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MOPEAR divulga Carta Final do I Encontro dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul do Brasil

                                               CARTA FINAL

I ENCONTRO DE PESCADORES E PESCADORAS ARTESANAIS DO SUL DO BRASIL

Nós Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul do Brasil, vindos dos Estados do Paraná, municípios de Guairá (Rio Paraná), Pontal, Guaraqueçaba, Antônima e Paranaguá, Estado do Rio grande do Sul, municípios de Capão da Canoa, Balneário Pinhal, Mostarda, Cidreira, Quintão e Palmares bem como do estado de Santa Catarina dos municípios de Imbituba, Florianópolis, Garopaba e Ibiraquéra e demais convidados como representantes do governo estadual e federal, e movimentos sociais, tonalizando 155 lideranças, participantes do I Encontro de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul do Brasil que se realizou nos dias 13 e 14 de novembro de 2010 em Guaraqueçaba- PR, organizado pelo MOPEAR. Momento onde apesar das inúmeras formas de repressão ao modo de vida tradicional das Comunidades Tradicionais de Pescadores e Pescadoras Artesanais, encaminhamos como forma de manifestação a tantos conflitos e ameaças um espaço de debate e deliberação a nível sul do Brasil, denominada Articulação Sul do Brasil de Pescadores e Pescadoras Artesanais.

Portanto vimos por meio desta, reafirmar a nossa luta pelo reconhecimento e efetivação de direitos étnicos, culturais, territoriais e coletivos garantidos pelas normas internacionais, Constituição Federal, Leis , Decretos Federais e Estaduais por inúmeras vezes desrespeitados pela ação dos agentes do Estado.

Considerando que a legislação ambiental brasileira a partir do SNUC, assume a qualidade de um instrumento de gestão ambiental participativa e democrática, que prima pelo engajamento da sociedade em suas decisões e reconhece a existência de povos e comunidades tradicionais como agentes da conservação ambiental, questionamos a postura predominantemente repressora dos gestores públicos ao operar a política ambiental no Sul do Brasil atuando de forma desordenada e opressora no Paraná e Rio Grande do Sul e no País, quando de sua relação com Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul do Brasil. Em que pese estes grupos culturalmente diferenciados serem os responsáveis diretos pela conservação dos recursos naturais, por meio de suas práticas tradicionais de uso da biodiversidade, a ação do Estado tem-se estabelecido contra essas comunidades conforme um padrão de relações sociais marcado pelo desconhecimento de suas especificidades culturais e étnicas, observado no flagrante desrespeito à legislação concernente aos direitos de povos e comunidades tradicionais, assim como, por medidas repressivas presente na rotina das instituições e dos agentes públicos, onde prevalece o cerceamento das condições de reprodução social e física, especialmente na medida em que se estabelecem unidades de conservação de proteção integral sobre territórios tradicionais à revelia da existência social destes grupos sociais e de seus conhecimentos tradicionais.

Disso, tem resultado inúmeras medidas punitivas e a conseqüente criminalização de seus membros qualificados como “agentes da degradação ambiental” de biomas que somente se mantém conservados pela presença dessas comunidades tradicionais. Ao fazer prevalecer medidas repressoras contra esses grupos sociais, as instituições ambientais tem sistematicamente condenado à destruição e ao desaparecimento os próprios recursos naturais, tal como observado nos Parques Nacionais e nas APAs Federais e Estaduais do Sul do Brasil onde gradualmente a biodiversidade perde sua capacidade de homeostase em razão do desequilíbrio ecológico provocado pela ausência dos principais sujeitos da ação ambiental e suas praticas tradicionais. Tem-se ainda, permanentes ações de degradação promovidas por “saqueadores” dos recursos naturais que no momento, dado as medidas de deslocamento compulsório e restrições diversas que impedem a permanência dos Pescadores Artesanais, não permitem sua ação protetora aos referidos recursos, como historicamente observou-se. Reiteramos, assim, a necessidade de avançarmos na direção de medidas socioambientais operativas que contemplem a conservação da natureza em associação efetiva com direitos territoriais dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul do Brasil, uma vez que a realidade socioambiental reafirma esse pressuposto, visto que grande parte das áreas de preservação de matas nativas e recursos naturais marinhos no Litoral do Sul do Brasil são as ocupadas pelas comunidades tradicionais. Fica nítido que a matriz ecológica que orienta as praticas tradicionais destes grupos sociais se distingue sobremaneira da visão e ambição produtivista e mercantil da pesca industrial e especulação mobiliaria que tanta degradação tem ocasionado aos ecossistemas locais. Deste modo, provocamos esse momento, como iniciativa para encontramos o caminho da construção da natureza e do reconhecimento da diversidade sócio-cultural em nossos Estados do Sul do País.

 
Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul Brasil, Guaraqueçaba, 14 de Novembro de 2010.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Declaração do III Encontro Contiental Guarani

DECLARAÇÃO DO III ENCONTRO CONTINENTAL DO POVO GUARANI

ASSUNÇÃO, PARAGUAI, 15 a 19 de Novembro de 2010

Nós, representantes de diferentes organizações indígenas da Nação Guarani na Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai, nos reunimos na cidade de Assunção, Paraguai durante o III Encontro Continental do Povo Guarani dando continuidade ao I Encontro Continental realizado em São Gabriel/RS Brasil, em 2006 e do II Encontro Continental que aconteceu na cidade de Porto Alegre/RS Brasil em 2007. Hoje, sob o tema Terra-Território, Autonomia e Governabilidade, animando permanentemente nossos corações pelas palavras sábias de nossos anciões e anciãs, buscando compreender a partir das coincidências em longos debates e profundas reflexões realizadas sempre de acordo com os princípios de respeito e consensos, tradicionais em nossas culturas, queremos fazer chegar ao mais profundo do espírito das autoridades, nacionais e internacionais e a todos os cidadãos dos lugares que habitam nosso pensamento nestas palavras.

CONSIDERANDO:

 Que a Nação Guarani sempre teve um espaço territorial próprio o “Yvy maraê’y” ou Terra Sem Mal que extrapola fronteiras dos Estados Nacionais.

 Que desde a cosmovisão da Nação Guarani, parte de nossas milenárias culturas: o fogo, o ar, a terra e a água, constituem uma unidade e são elementos vitais para a vida; a Terra Sagrada é a vida para nossos povos.

 Que a Nação Guarani a partir da sua cosmovisão sempre buscou evitar confrontações com os que se apropriaram de seu Território, de forma violenta na maioria das vezes.

 Que desde a demarcação das fronteiras nacionais a Nação Guarani ficou fragmentada e dividida geopoliticamente em etnias, comunidades, aldeias, famílias, condição esta que enfraqueceu significativamente seu projeto espiritual, cultural e linguístico como Nação.

 As transnacionais e/ou multinacionais, com o apoio dos diferentes governos no poder não respeitam os direitos consuetudinários e coletivos da Nação Guarani, destruindo Territórios, expulsando comunidades.

 Os diversos governos não atendem as demandas da Nação Guarani apesar da existência de normas nacionais e internacionais que protegem e promovem os direitos dos povos indígenas; como o Convenção 169 da OIT, a Declaração das Nações Unidas e as leis nacionais, Constituições e Leis dos Estados.

 São exemplos do afirmado acima que o Poder Judiciários brasileiro autoriza despejos de comunidades da Nação Guarani de seus Territórios, contra as leis que os protegem.

 O não cumprimento, pelo governo brasileiro, do art. 231 da sua Constituição Federal, sobre a demarcação das Terras; da mesma forma o governo argentino não cumpre a lei 26.160 “de Emergencia de la tierra comunitaria indígena” para a demarcação territorial.

 Na Argentina se pretende vender o Lote 08 da reserva da Biosfera Yaboti, declarada pela UNESCO em 1992, a uma Fundação com fundos europeus, quando ali vivem ancestralmente duas comunidades da Nação Guarani

 A Nação Guarani no Paraguai sofre uma perda constante de seu Território ancestral fruto de uma carência de políticas efetivas orientadas em defesa do mesmo

 Existem inúmeras comunidades que vivem em condição subumanas, sem as mínimas condições de segurança física, de saúde e alimentação.

 Na Bolívia a demanda de Território pela Nação Guarani ainda não resultou em total titulação das Terras que ocupam.

 Que a destruição massiva e constante dos recursos naturais, por parte das empresas transnacionais, está deteriorando indiscriminadamente os bens florestais no Território Guarani na Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai, gerando danos irreparáveis, fezendo-os sofrer os efeitos das mudanças climáticas, das quais não são os responsáveis.

 Que a construção das Hidrelétricas Binacionais (Itaipu e Yaceretá) no Território Guarani, sem consulta a nossa Nação, produziu não apenas irreparáveis danos ambientais como também violação dos direitos territoriais, culturais e religiosos da Nação Guarani.

EXIGIMOS:
 Dos governos da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai o reconhecimento como Nação Guarani e sua condição de Transterritoriais e Transfronteiriços e que por esta razão devem ter os mesmos direitos de saúde, educação e trabalho nos quatro países.

 Dos governos da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai dêem reconhecimento constitucional a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas e a Convenção 169 da OIT.

 Que deixem de entregar às empresas transnacionais, multinacionais e nacionais territórios da Nação Guarani para sua exploração e devastação, transgredindo os direitos coletivos que os protegem.

 Do governo da província de Misiones – Argentina – a não autorização da venda do Lote 08 – território Guarani – na reserva da biosfera Yaboti.

 A demarcação imediata de todas as Terras e Territórios Guarani. Cumprimento da lei 26.160 da Argentina; e que no Brasil o Supremo Tribunal Federal julgue imediatamente todos os processos em tramitação, relativos a demarcação das Terras no estado do Mato Grosso do Sul, respeitando o artigo 231 da Constituição Federal de 1988.

 A não instalação de novos mega-represas comprometendo territórios Guarani e que tanto as Binacionais Itaipu e Yaceretá reconheçam o dano causado às comunidades, restituindo seus Territórios.

 Do governo Boliviano o cumprimento das exigências de maiores extensões de Terra à Nação Guarani.

 Que os espaços políticos internacional impeçam a criminalização das exigências da Nação Guarani.

 Punição aos que cometeram crimes que afetaram indígenas na luta pelos seus direitos.

 Que sejam respeitados aos avanços conquistados pela Nação Guarani nos espaços políticos nacionais e internacionais.

 Que as empresas transnacionais respeitem as normas ambientais, que evitem a destruição massiva e constante dos recursos naturais por parte das mesmas.

 Que todos os países, sobre os quais incide o Território da Nação Guarani compreendam e tomem consciência que os direitos sobre a Terra e o Território são inalienáveis e imprescritíveis.

RESOLVEMOS:

PRIMEIRO – A Terra e o Território são direitos inalienáveis da Nação Guarani, são a vida de nossas cosmovisões; condição que nos permite ser livres e autônomos “IYAMBAE”.

SEGUNDO – Consolidar nossa organização em cada um dos países com presença Guarani a fim de efetivar nossas demandas como Nação Guarani.

TERCEIRO – Constituiu-se um Conselho Continental da Nação Guarani para a articulação com Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai em suas demandas reivindicatórias, e com ele fortalecer nosso desenvolvimento econômico, social e político.

QUARTO – Participar em todas as instâncias democráticas do Argentina, Brasil e Paraguai segundo nossos usos e costumes como Nação Guarani conseguindo desta maneira fazer chegar as nossas demandas as máximas instâncias de decisão política.

QUINTO – Exortamos a todos a somarem-se a essa luta, aqueles que fazem parte do pensamento e sentimento da Nação Guarani – organizamos nacionais e internacionais, ONGs, Movimentos Sociais e outros – para apoiar com propostas e projetos orientados a partir da reivindicação dos direitos consuetudinários e etno-culturais dos Guarani.

SEXTO – Nos declaramos em permanente resistência ante as violações e subjugações ocorridas em toda a extensão de nosso território como Nação Guarani.

SETIMO – Nos unimos na defesa de nossa mãe terra ante a contaminação progressiva do ambiente provocado pelas atividades de exploração do subsolo e hidrelétricas que vulneram os direitos à culta e participação da Nação Guarani.

É o que pensamos, sentimos e dizemos sobre nossos direitos coletivos e as obrigações que os países que hoje ocupam nosso território tem com a Nação Guarani, na esperança de poder conviver na harmonia e liberdade como foi o pensamento de nossos herois ancestrais.

Território Guarani – Assunção, 19 de Novembro de 2010.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Preparação ao II Encontro dos Povos Guarani ocorre no Paraguai

http://acordaterra.wordpress.com/
Em Assunção, Paraguai, encerrou a reunião preparatória para o II Encontro de Povos Guarani da América do Sul, a ser realizada em 2011, na capital paraguaia, com a participação de comunidades, movimentos e associações indígenas. O evento, que está ainda na sua fase preparatória, será na comunidade Yaguaty, no Departamento de Amambay, 531 quilômetros a nordeste de Assunção, considerado território ancestral da sub-etnia Guarani “Paytavyterã”.


A reunião, que começou ontem (9/11/10), foi promovida pela Secretaria Nacional de Cultura e responde a uma resolução aprovada na última reunião de Ministros da Cultura do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Nesta ocasião foi acordado que o II Encontro de Povos Guarani na América do Sul será feito para comemorar o vigésimo aniversário da assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de Março de 1991, que deu origem ao Mercosul.

O evento de 2011 serão chamados de índios do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai, de acordo com documentos divulgados pela Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai. Participaram da reunião de quarta-feira a Federação de Associações Guarani, a Organização Nacional de Aborígenes Independentes, a Federação das Comunidades Aché e o Conselho Étnicas. Além do Movimento Índio Urbano, Tupa Yvoty/Oparaivas Ava-Guaraní, de Canindeyú e San Pedro, a Associação das Comunidades Indígenas de San Pedro e a Organização do Povo Nhandeva, entre outros.

O primeiro encontro sulamericano Guarani foi realizada em fevereiro passado na aldeia Añetete, Paraná, Brasil, e foi assistido por mais de mil índios guaranis do Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina.

Durante os quatro dias do evento se compartilharam experiências, tradições e conhecimentos, a fim de fortalecer e reafirmar a contribuição desses povos na formação da cultura sul-americana, além de propor políticas culturais. Os participantes apresentaram aos ministros da Cultura um documento que reivindicou a criação e manutenção de uma Secretaria Especial de Representação do Povo Guarani ligados ao Mercosul Cultural.

Propôs ainda a criação de um fórum permanente para defender os direitos dos Guarani, também inserida no âmbito do Mercosul, e promover o intercâmbio cultural entre as comunidades Guarani da América do Sul. Eles também concordaram em realizar seminários e reuniões regulares, e exigiu o respeito pela liberdade de movimento cultural, de acordo com as tradições dos povos indígenas nas fronteiras entre Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia, entre outras coisas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Agroecologistas realizarão II Encontro nos proximos dias 12 e 13

O II Encontro dos Agricultores (as) Agroecologistas está sendo organizado pela Articulação Regional de Agroecologia – ARA e demais organizações e entidades agroecologicas. O Encontro tem como principal objetivo fortalecer e ampliar as estratégias de combate a invisibilidade social dos agricultores (as) ecologistas através da proposição de espaços permanentes de articulação política local, regional e estadual, bem como espaços de socialização das experiências praticas e culturais, a fim de potencializar a organização do movimento agroecologico paranaense.


Muitos agricultores e agricultoras ecologistas não participam de nenhuma organização embora tenham grande conhecimento pratico trabalham de forma isolada essa é uma das questões que faz com que o poder publico desconheça muitos desses atores sociais outra conseqüência disso é que nem os próprios agricultores e agricultoras ecologistas sabem ao certo quantos são, onde estão e como produzem... Tendo em vista um melhor entendimento dessas questões será lançado neste Encontro o “Mapeamento Georeferenciado das Experiências em Agroecologia”, também serão proporcionados espaços para trocas de experiência e praticas de manejo, cultivo, produtos e materiais da sociobiodiversidade. Desta forma o Encontro terá espaço onde os agricultores e agricultoras ecologistas poderão conhecer melhor a realidade da Agroecologia, bem como pensar estratégias de fortalecimento dessa prática e movimento.

I Encontro dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul do Brasil



O Movimento dos Pescadores Artesanais do Litoral do PR – MOPEAR estará realizando em Guaraqueçaba nos dias 13 e 14 de novembro de 2010, o 1º Encontro dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Sul do Brasil. Esse Encontro envolvera Pescadores Artesanais do Litoral do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul alem de contar com a presença do Ministério da Pesca e Aqüicultura – MPA, Ministério Publico Estadual – MPE, Ministério Publico Federal, Instituto Chico Mendes de Conservação Biodiversidade – ICMBio, Instituto Ambiental do Paraná – IAP, Instituto de Terras, Cartografia e Geociências – ITCG, Secretaria de Estado de Educação – SEED, Movimento Nacional dos Pescadores Artesanais – MONAP, Rede Puxirão de Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná e Santa Catarina, Projeto Nova Cartografia Social, Universidades e demais convidados.


O Encontro será inédito da organicidade dos Pescadores Artesanais do Sul do Brasil, os temas abordados serão em relação as demandas oriundas de conflitos sócio-ambientais, principalmente ocasionados por sobreposição de Unidades de Conservação nos territórios dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, e demais desafios focados a preservação do modo de vida e cultura das Comunidades Tradicionais de Pescadores e Pescadoras Artesanais.


Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná participaram da Exposustentat 2010 em São Paulo

Representantes dos Povos Faxinalenses, Cipozeiros e Ilhéus, participaram durante os dias 03 a 06 de novembro da Exposustentat 2010, no Transamérica Expo Center em São Paulo. O evento aconteceu paralelo a Biofach América Latina.


Pela primeira vez a Feira reuniu 38 empreendimentos e Redes dos Biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.  Os representantes dos Povos Tradicionais do Paraná integraram a Praça da Sociobiodiversidade, expondo artesanatos da fibra do cipo imbé, extraido sustentavelmente pelos Cipozeiros da região Litoral do Paraná e Santa Catarina, e o Ginseng das Ilhas do Rio Paraná, extraido pelos Ilheus a centenas de anos, sendo o mesmo usado como complemento alimentar.
A Praça da Sociobiodiversidade foi um espaço especialmente dedicado ao Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB) e que congrega empreendimentos constituídos por Povos e Comunidades Tradicionais e Agricultores Familiares que utilizam os recursos da biodiversidade brasileira para sua viabilidade econômica e socioambiental.


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Reunião Mensal do Grupo Inter-religioso Pela Paz


Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana

CONVITE


Assunto: Reunião mensal Do Grupo Inter-religioso Pela Paz 
Prezados (as) Senhores (as),
  
         O Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana, respeitosamente, convida os senhores e senhoras para a reunião mensal do Grupo Inter-religioso Pela Paz, A reunião será realizada na próxima sexta-feira, dia 08 de outubro de 2010, às 19h00, no Ilê Asé Airá Kinibá, na Rua Francisco Kânia, nº 582, Colombo, tel.: (41) 3605 1749 ou 3562 9363.


Curitiba, 04 de outubro de 2010.

  
Com os melhores cumprimentos,

Coordenação Colegiada
Fórum Paranaense de Religiões de Matriz Africana - FPRMA

Grupo Inter-religioso Pela Paz - Grupo Pró CONPAZ - Conselho Parlamentar pela Paz. 

Uma pequena contextualização sobre o evento.


Este grupo conta  com a participação de representantes de diferentes segmentos religiosos e se reúne desde o dia 18 de junho de 2010, quando na Assembléia Legislativa do estado do Paraná, a chamado do Deputado Estadual Péricles foi proposta a discussão da criação de um Conselho Parlamentar Pela Paz Conselho pela Paz, com o objetivo de formular diretrizes; sugerir atividades; ações governamentais e assessorar o Poder Legislativo em questões relativas às manifestações da comunidade pela cultura da paz, para fortalecer a democracia; o respeito à vida, às diferenças e aos direitos humanos; de redescobrir a solidariedade entre os povos; preservar o planeta e combater a violência.    Entre as propostas também está a de instituir a Semana da Cultura da Paz, sempre no mês de setembro de cada ano, e de criar um prêmio em homenagem a pessoas que promovam ações pela paz.
O Grupo, formado por representantes de várias denominações religiosas(Católicos, Evangélicos, Budistas, Judeus, Islamistas, Mulçumanos, FPRMA ) a cada mês se reúne no templo de umas das denominações religiosas representadas para que possam conhecer melhor os hábitos e crenças dos outros,
Neste mês de OUTUBRO, coube às Religiões de Matriz Africana, receber o Grupo e na oportunidade mostraremos um pouco do nosso olhar e forma de culto que praticamos.
Dentre a programação consta:
Boas Vindas 
Fala do FPRMA
Candomblé
Umbanda
Culto Ecumênico  - Xirê de Candmblé/ Umbanda(exu, Cabloco, preto-velho, Boiadeiro e Ibejada)
Banquete Afro Brasileiro.

Esperamos que todos possa estar presentes e prontos a participar das rodas de candomblé e umbanda que faremos pros nossos convidados.

Vir de branco e de preferencia vestidos a caráter.

Quem é de Axé, Diz que È!

Ogan Rômulo de Osaguian
Coordenação Administrativa 
Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana